16 de dezembro de 2008

Máquina Do Mundo

E a fantástica máquina se move mais uma vez.

As órbitas se alinham,
alinhamos-nos, eu e você.

A máquina do mundo trabalha a todo segundo,
Hindus, Turcos,
Mouros, Incas em Cuzco.

A todos parece,
em todos perece.

Alinhados partimos,
seguimos,
pedimos,
sumimos...

Um novo clarão,
eclipse não há,
alinhados, nós, manter-se-á?

14 de dezembro de 2008

E se?

E se meus olhos falhassem?
Minha mente hibernasse?
Meus sentidos migrassem?
Meu organismo cansasse?

Será que haveria
certa nostalgia
do que antes eu tinha?

Ou será que somente,
haveria uma descrente e sorridente
alegria de, ausente,
não sentir falta de niente¹?


¹ niente (do vocabulário italiano): sm o nada. adj nenhum; nada de. pron nada; de jeito nehum.

9 de dezembro de 2008

O Seu Olhar

O seu olhar me queima,
assim como o sol queima num dia de verão.
Aquele sol sem proteção,
sem camada de ozônio,
que destrói a pele,
envelhece,
arde mas acaba com a noite
e com o fechar dos olhos.

O seu olhar faz falta quando não vem,
desespera-me quando lhe convém.
O seu olhar não pára,
dispara o meu...

4 de dezembro de 2008

Inquietude Opus

Observando os fatos
me desacato,
não relaxo,
me mato.

Não deixo os acasos,
nem os casos,
me agarro nos meus casos.
Desespero e maltrato
os relapsos
do meu vasto espaço

No amanhecer casto,
me mato
me mato,
meu tato em você
me mato.
Inquietude de viver.

2 de dezembro de 2008

Jogando Pt. III

As peças se mexem,
intercalando-se.

As peças se agrupam,
anulam-se,
e voltam a mover-se.

Inebriantemente se movem,
agora cada vez mais rápido,
agora cada vez faz menos sentido
e eu já perco os sentidos

As peças paralisam aparentemente,
mas na verdade os movimentos estão constantes.
Tão constantes,
tão ágeis que,
uniformemente formam um mesmo torpe borrão.